Carta publicada no jornal O Popular em 29.07.09
Esta carta foi enviada ao jornal após uma reportagem onde a polícia identificou que muitos jovens da classe média participavam de Gangues e em muitos casos, apenas para diversão ou satisfação de seus “egos”, indevidamente criados por pais que não souberam dizer NÃO ou que acham que ter dinheiro e poder bastam para se formar cidadãos.
Gangues de Classe Média
Há alguns meses deixei aqui a minha opinião sobre a impossibilidade em se recuperar Menores Infratores, dada a estrutura familiar e social que o formou.
Naquela oportunidade dizia que enquanto não fosse conscientizado o papel da família na formação das pessoas, dificilmente teríamos jovens preparados, nos princípios básicos de valores morais.
Naquela oportunidade dizia que enquanto não fosse conscientizado o papel da família na formação das pessoas, dificilmente teríamos jovens preparados, nos princípios básicos de valores morais.
Como podemos ver a falta da família, independe do setor em que se mora, ou de quanto dinheiro se tem em conta bancária.
Alguns pais estão delegando a educação de seus filhos às escolas – alguns até vão lá brigar quando seus pimpolhos são censurados ou advertidos, tira dos professores e da direção da escola, a autoridade de instruí-los também. Outros, por virem daquela década de repressão, acham que devem “liberar geral” e estão criando filhos tiranos, que muitas vezes, manda nos próprios pais. Os pais confundiram “liberdade” com “libertinagem” e depois dos “monstrinhos” já criados, se vem perdido em seus papeis de pilares de uma família.
É comum ouvirmos “eu sou a melhor amiga de minha filha” ou “eu sou o melhor amigo de meu filho”, e daí se tratam como iguais. “Você” prá lá, “você” pra cá, como se não existisse uma autoridade a ser respeitada. Exijo que me chamem de “senhora” e isso serve não só para os meus filhos, mas também para todos os seus amigos. E aqui quero deixar claro que não é uma questão de ser “quadrada”, “antiga”, é uma questão de se exigir respeito. Se seu filho não lhe respeita, vai respeitar quem?
Nós não devemos ser os melhores amigos de nossos filhos, devemos ser os melhores pais, pois é a partir de nós, de nossa vida, que eles vão ter condições de saber escolher os seus amigos e poderem crescer e conviver saudavelmente em qualquer ambiente em que estiverem.
Tem muita gente preocupada em preservar o meio ambiente, lixo reciclável, camada de ozônio, etc. querem deixar um mundo melhor para os seus filhos? Pois procure primeiro deixar filhos melhores para o mundo, que o resto vai ser apenas uma conseqüência da sua educação e conscientização.
Sirlene Rodrigues da Rocha
“Que possamos nos conscientizar de nosso papel em nossos lares e na sociedade e que as nossas cidades, independente de onde escolhamos morar, seja um refúgio de paz e que tenha o sentido de se viver em comunidade”.